quarta-feira, 9 de julho de 2008

COM CERTEZA NÃO É ESSE O MEU PAÍS

Hoje, agora, estou escutando a rádio e o pai do pequeno que foi assassinado por policiais, ele está falando ao vivo. Não sei o que dizer, mas estou muito triste e assustado. Assustado com tudo, pois acho que chegamos ao fim do poço e não vejo saída para essa cidade. Tenho um filho com a mesma idade e morador do mesmo bairro onde ocorreu o fato e choro a cada momento que lembro. Infelizmente esse pequeno não foi o primeiro e nem será o último. Espero que essa morte sirva para mudar a cabeça dos cidadãos desta cidade, para mudar essa mentalidade de brutalidade burra dos que nos governam. Estou triste, triste mesmo! desculpem-me o desabafo, sei que não deveria misturar as coisas, mas não dá. Quando vejo o pequeno Léo, a pequena Emi feliz com sua família e penso no que esse país tem para lhes oferecer, fico triste pois não vislumbro uma sociedade melhor no futuro, em fim, estamos todos aqui no RJ tristes e abalados.
Até quando vamos ficar parados? Até quando vamos ficar indignados e omissos, cobrando dos políticos somente na hora em que mais um morre? Está na hora de tomarmos uma atitude, de tomarmos em nossas mãos as diretrizes do estado, sem violência, mas com atitude. Devemos mostrar o todo o momento que a morte de um menino, seja nas favelas ou nas ruas, não pode ficar impune, ou melhor, que ela não deve acontecer. Chega de bandalheiras nas ruas, chega de bêbados nos volantes, Chega! de policias corruptos que só usam a lei para extorquir, chega de Juiz corrupto... chega!Chega! Não podemos continuar vivendo desta maneira, isso não é vida!
Vejam os Argentinos, eles estão sempre lutando por seus direitos, vão as ruas e batem panelas. Em NY, também se matava à rodo, como aqui. Em 1990, houve 2.245 homicídios na cidade de NY. No ano passado 494. No RJ só nos primeiros quatro meses 2.030. Não dá para ficar parado olhando a morte chegar cada vez mais perto e quando acontecer, achar que foi somente uma fatalidade. Temos que parar esse país e exigir políticas de curto e logos prazos, não só dos políticos, mas da sociedade, com cobrança e movimentos como os panelaços. O RJ lota a praia de Copacabana para os shows de rock, para Ivetes Sangalos da vida, será que só os gays e as suas paradas conseguem motivar uma cidade e lotar uma avenida. Será que é só isso que sabemos fazer?

Um comentário:

Gama disse...

Bonito isso heim Jota, de quem é esse poema?