sexta-feira, 4 de julho de 2008

Bambu

Faz algum tempo que venho flertando com os caniços de bambu. Fiz várias pescarias no MdC utilizando os mais variados tipos de varas, dos grafites rápidos, médios e lentos, aos de bambus feitos com Tonkin e Madake. Mas, nunca obtive uma resposta sobre qual seria o melhor equipamento e forma de pescar no pequeno riozinho. Recentemente percebi -para mim- que a melhor forma de se pescar por lá seria usando pouca linha – três palmos de linha de fly para fora do tip e na ponta um líder com 13pés. Mas, havia um complicador, as varas de grafite por serem muito rápidas - mesmo as de ação média - não apresentavam as iscas com a delicadeza necessária, ocasionando um pouso forçado e muito artifial. O grafite é muito rápido para quem tenta controlar pouca linha no ar, não é nada impossível, mas é desconfortável de se fazer, ainda mais no MdC onde há pouco espaço, local onde o material um pouco mais lento faz toda diferença. Principalmente na tentativa de manter o líder sem os famosos nós de vento, pois com o líder muito comprido isso é uma ameaça constante. Em fim, faltava-me uma ferramenta que me permitisse uma boa apresentação, usando pouca linha.
Dominar um caniço de bambu não é tarefa das mais fáceis, o tempo é outro, e a sensação não é das mais agradáveis para o principiante – meu caso. O Beto sempre me pedia para experimentar e testar seus caniços, e cada vez mais eu me distanciava deles, já que eu não me acertava com eles. Certa vez, em Buenos Aires, Beto e Gregório colocaram sobre as camas do quarto do hotel mais de 20 caniços de bambus, dos mais variados tipos, fiquei louco, mas mesmo assim eu não me convencia das qualidades do bambu. Matsumoto foi outro que sempre me alertava, mas eu não acreditava que um treco lento e frágil pudesse ser melhor do que as SAGES da vida. Quando estive no Rio Grande, Nelson levou alguns caniços, e um em especial me chamou atenção, feito para linha #6, que surpreendentemente retirou do fundo do rio uma linha sinking fase 7, foi um dos melhores arremessos que já fiz. Neste momento comecei a ver com outros olhos os caniços de bambu. Na última visita ao MdC, Beto levou vários caniços e fiz uso de dois modelos: um Tonkin de 5 pés, e um Madake de 6.6 pés, lento, ou melhor, como o próprio Beto diz: “bem molinho” – adorei de imediato, fiquei surpreso com a forma que ele apresentava a isca na água, lentamente. Em comentário que fiz ao Dr. Luciano, brincando disse: que só depois, bem depois do arremesso é que a isca pousa na água.
Chega de papo, pois fiz algumas fotos que transformei em um filminho. Na verdade um presente ao ARTÍCIFE MAGNIFÍCO que se chama Beto Saldanha. Um artista capaz de lapidar um pedaço de bambu e transformá-lo em uma jóia, delicada, bela, e única, pois diferentemente dos caniços de grafite, os de bambu são no máximo parecidos, nunca são iguais.





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