terça-feira, 8 de junho de 2010

Los Roques - parte 8

Domingo – O dia do “FILE ERRO”
Acordamos mais cedo do que o habitual, pois teríamos que parar ao ½ dia para arrumar o resto do material e fazer o check in às 14h. Voltamos ao paredão com a última esperança de pegarmos um tarpon. Luciano vai à frente e faz o primeiro arremesso, de cara o peixe bate forte na isca, Luciano trabalha rapidamente e consegue manter a isca na boca do peixe, mesmo após os vários saltos. Sem minha máquina fotográfica em mãos, pego a máquina do Luciano que estava dentro de sua bolsa bem ao meu lado e começo o registro fotográfico. A luta estava apenas começando, o peixe saltou várias vezes, deu voltas em torno do barco e manteve o corpo no fundo por um bom tempo, sem dar sinais que iria entregar-se facilmente. O tempo foi grande, perto de 30 minutos conforme o registro do guia, a luta parecia desfavorável para o pescador, mas com o tempo o peixe começou a dar sinais de que cansaço. O guia pede uma fisga para tentar segurar o peixe, não havia nenhuma fisga ou qualquer outro instrumento que pudesse ajudar a retirar o bitelo d’água, a única saída era uma luva que o piloteiro achou jogada na caixa de ferramentas. Depois de várias tentativas finalmente ele consegue pegar pela boca e trazer o bitelo para dentro do barco. Faço fotos de várias formas, até que Luciano pede que tiremos uma juntos, passo a máquina para o guia que faz duas fotos para confirmar, a segunda saiu com flesh , confirmando a foto.
Los Roques
Photobucket
Photobucket
Bonefish

Chega a minha vez, o guia reposiciona o barco e dá o comando, faço vários arremessos e nada. Ao passar para o outro lado da pedra que divide o campo de batalha surgiu nova oportunidade e depois, no segundo arremesso, veio o ataque certeiro do peixe. Aguento firme o tranco e mantenho a caña baixa, o peixe salta a primeira vez e aproveito para confirmar a ferrada, isso tudo é muito rápido - 1 ou 2 segundos no máximo. O peixe corre para fora e tento manter o controle passando a linha pela proa do barco. Tudo se repete um, dois, três saltos e parece que também vou sair na foto, pois consegui manter o bitelo na ponta da linha depois de alguns segundos. O peixe desce alguns metros e permanece imóvel ao lado do barco. Tento manter pressão na linha não deixando o peixe descansar. Tudo ia bem, até que o peixe toma linha e vai em direção a proa do barco, tento mudar de posição, mas quando menos espero o peixe salta e consegue tirar a isca da boca. Fico inerte e não acredito no que aconteceu - silêncio total no barco. O guia me abraça e diz que a luta foi boa e que durou 12 minutos.
Photobucket
Photobucket
Photobucket
Photobucket
Photobucket

Outros peixes
Jack Horse
Badejo
Apesar de tudo o resultado tinha sido alcançado - por pouco teria sido completo - mas valeu foi adrenalina em mais alto grau em três dias de tarpon na ponta da linha e com uma final de pura adrenalina.
Como havia ainda algumas horas de pesca pela frente e como estávamos exaustos com as lutas travadas, resolvemos curtir algo mais light e fomos para os flats.

Ao final da pescaria retornamos a pousada, fizemos a mala e partimos rumo ao Brasil, cansados, com saudades de nossos parentes, amigos e com muitas fotos nas máquinas.

Bom, esse teria sido o final feliz que desejamos, mas não foi, pois ao chegarmos ao quarto da pousada, Luciano resolve dar uma olhada em suas fotos. Eu estava me preparando para o banho quando escuto Luciano dizer calmamente:
– não há registro das fotos, elas não foram gravadas, somente as primeiras dez,
- como assim, não há fotos! Mas nos tiramos várias, até o guia fez fotos, impossível – eu disse.
Ficamos vasculhando a máquina de todas as formas, mas a única informação que a tela da máquina apresentava era “FILE ERRO”.

Nenhum comentário: